A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) divulgou que a maioria dos casos de varíola do macaco ocorreram predominantemente entre homens que se identificaram como gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens.
A Europa está em alerta por causa do surto de varíola dos macacos mais extenso já visto no continente. Diversos países como Reino Unido, Itália, Suécia, Espanha e Portugal já identificaram casos. Ainda não se sabe se há uma conexão entre os casos individuais e o surto atual e, em caso afirmativo, qual é essa relação.
A Espanha destacou que a maioria dos casos identificados são em homens que têm relações sexuais com outros homens. Portugal informou que os casos registrados foram em homens jovens.
“Muitos desses relatos globais de casos de varíola dos macacos estão ocorrendo dentro de redes sexuais”, disse Inger Damon, diretora da Divisão de Patógenos e Patologia de Alta Consequência do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
“No entanto, os profissionais de saúde devem estar atentos a qualquer erupção cutânea que tenha características típicas da varíola dos macacos”, completou.
O Brasil ainda não tem nenhum caso confirmado da doença, porém um brasileiro de 28 anos foi infectado na Alemanha, segundo informou o Instituto de Microbiologia da Bundeswehr, ligado às Forças Armadas alemãs. Ele chegou ao país vindo de Portugal, após passar na Espanha.
“O vírus da varíola dos macacos foi detectado pela primeira vez na Alemanha pelo Instituto de Microbiologia de #Bundeswehr. Nosso instituto em Munique já havia diagnosticado o primeiro caso do coronavírus em 2020”, informou o Ministério da Defesa no país.
O Canadá foi um dos países mais recentes a relatar casos suspeitos da varíola de macacos, depois que Espanha e Portugal confirmaram 28 e 23 infecções, respectivamente. Os dois países também investigam dezenas de casos suspeitos.
Transmissão por sexo?
O CDC informou que ainda não foi confirmada se a doença é sexualmente transmissível, mas pode ser passada por contato íntimo prolongado durante o sexo, através dos fluídos das bolhas que se formam na pele e das gotículas respiratórias da pessoa contaminada.
A transmissão pode acontecer por compartilhamento de itens como roupas e roupas de cama que foram contaminados com fluidos da pessoa contaminada.
O CDC ressalta que qualquer pessoa, independente da orientação sexual pode espalhar a infecção.
O que é a varíola do macaco?
O vírus foi identificado pela primeira vez na República Democrática do Congo em 1970 e foi declarado erradicado em 1980. Até então, os casos surgiam na Europa e na América porque estavam associados a viagens ao continente africano.
O que intriga os cientistas agora é o surgimento de infecções em pessoas que não viajaram para o continente e nem tiveram contato com viajantes.
O infectologista do Hospital das Clínicas da USP, Álvaro Furtado, explica que a varíola que causa uma doença mais grave foi erradicada e não circula mais nos humanos.
“O único jeito de usar o vírus hoje seria como arma biológica – até tivemos medo, com a guerra na Ucrânia, de que isso poderia acontecer”, disse Furtado.
Ele também explica que existem outros vírus de varíola, não só em macacos, mas em animais silvestres, podendo o homem se contaminar ao entrar em contato com esses animais. O que intriga os estudiosos, segundo ele, é a disparada de casos na Europa que não tem muita relação somente com o contato com animal.
Quais os sintomas?
Os principais sintomas da varíola do macaco são:
- febre;
- dor no corpo;
- aparecimento de lesões semelhante a bolhas de água
Segundo dados do NHS, o sistema de saúde britânico, trata-se de uma rara infecção viral que geralmente se manifesta de forma leve.
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